[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

[1747.] ADELINO HENRIQUES RIBEIRO [I]

* ADELINO HENRIQUES RIBEIRO || PRESO NO ALJUBE E EM PENICHE POR LIGAÇÕES A SARMENTO DE BEIRES *

Filho de Gertrudes da Conceição e de Francisco Ribeiro, Adelino Henriques Ribeiro nasceu em 1898, no Cadaval.

Comerciante no Bombarral, era considerado pela Polícia de Vigilância e Defesa do Estado como agente de ligação do Major José Manuel Sarmento de Beires [04/09/1893 - 08/06/1974], envolvido, desde 1928, em várias movimentações revolucionárias contra a Ditadura Militar.

Segundo o Cadastro Político de Adelino Henriques Ribeiro [ANTT, Cadastro 5019], este seria um dos responsáveis pela angariação de fundos para Sarmento de Beires, com quem manteve ligações entre Agosto de 1931 e Novembro de 1933, assegurando, ainda, os contactos com o ex-Alferes Mário Martins dos Santos e o médico Raúl Coelho Madeira.

Adelino Henriques Ribeiro "era a pessoa que sempre estava em contacto com aquele elemento conspirador, quer pessoalmente quando este indivíduo se encontrava em Portugal, quer por correspondência quando se encontrava ausente, para o que usava as cifras que lhe foram apreendidas" [ANTT, Cadastro].

Há muito vigiado "pelos agentes secretos desta Polícia", foi preso em 21 de Novembro de 1933, na casa que arranjara, clandestinamente, para Sarmento de Beires, na Rua da Padaria - 15 [Processo 866/SPS].

Em 8 de Fevereiro de 1934, foi transferido do Aljube para a Fortaleza de Peniche, tendo, em 7 de Abril, sido enviado para o Hospital de Arroios para tratamento.

Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 2 de Junho de 1934, foi condenado a quatro anos de desterro, sem prisão, multa de quatro mil escudos e perda dos direitos políticos por oito anos.

Em virtude do recurso interposto, o julgamento de 9 de Junho reduziu a pena para três anos de desterro, sem prisão, e a multa para para mil escudos [Processo 9/934, do TME].

Em 3 de Julho, requereu ao Ministro do Interior para cumprir o desterro no Bombarral ou Alcobaça, invocando a continuação do tratamento da doença de que padecia, o que foi autorizado por despacho de 18 do mesmo mês.

Libertado em 23 de Julho de 1934, seguiu para Alcobaça, não podendo ausentar-se dessa localidade sem autorização da PVDE. 

Requereu, em Fevereiro de 1935, para ser transferido para o Bombarral, autorização concedida por despacho do Ministro do Interior de 26 de Fevereiro.

Foi sempre autorizado a deslocar-se a Lisboa sempre que o solicitou por motivos de saúde.

Sepultado no Cemitério do Bombarral.

O nome não consta do Memorial de Homenagem aos Ex-Presos Políticos, inaugurado na Fortaleza de Peniche em 9 de Setembro de 2017, embora tenha lá permanecido entre 8 de Fevereiro e 7 de Abril de 1934.

Fonte: ANTT, Cadastro Político 5019.

[João Esteves]

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