[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

[1624.] ABEL AUGUSTO GOMES DE ABREU [I] || PRESO EM 1932, 1937, 1944

* ABEL AUGUSTO GOMES DE ABREU *

PRESO EM 1932, 1937, 1944 || ALJUBE || PENICHE

[Abel Augusto Gomes de Abreu || ANTT || PT-TT-PIDE-E-10-1-191]

Referenciado somente como "bombista" no Livro 1 do Registo Geral de Presos [ANTT], tendo dado entrada no Aljube em 4 de Dezembro de 1934, o percurso político de Abel Augusto Gomes de Abreu começou antes: foi preso, pela primeira vez, em 24 de Abril de 1932, na sequência de intervenção política do Partido Comunista, partido onde militava activamente.

Filho de Maria de Oliveira Gomes e de Manuel Maria Gomes de Abreu, Abel Augusto Gomes de Abreu nasceu em 24 de Junho de 1889, em Lisboa. 

Gráfico da Casa da Moeda, a viver na Rua do Sacramento, 74, seria o filiado 150 da Célula 19 do Comité de Zona 1 do Partido Comunista, com o pseudónimo "Vasconcelos", trabalhando com Álvaro Augusto Ferreira, António Franco Trindade, Eleutério Lopes Grosso e Jaime da Fonseca e Sousa. 

Segundo transcrição do Cadastro elaborado pela Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, era «um elemento perigosíssimo, duma actividade extraordinária tanto na parte organizadora como na parte revolucionária» [ANTT, PIDE, Serviços Centrais, Cadastros / Cadastro Político 5268].

Em 24 de Abril de 1932, foi preso na Serra de Monsanto quando «assistia à demonstração de lançamento de bombas, onde se encontrava recebendo lições para aquele fim». 

[Abel Augusto Gomes de Abreu || ANTT || PT-TT-PIDE-E-10-1-191]

Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 20 de Outubro de 1934, foi «acusado de, em 1932, por diversas vezes, ter tomado parte no fabrico, transporte, detenção e uso, para experiência, de bombas explosivas», sendo condenado, para além da prisão preventiva entretanto sofrida, a dez anos de degredo «numa das Colónias».

Abel Augusto Gomes de Abreu interpôs  recurso e em novo julgamento, realizado em 3 de Novembro de 1934, a pena foi alterada para dois anos de prisão correccional, cumprida em parte com a prisão preventiva, e «dois anos de multa, à razão de três escudos diários».

Enviado para o Aljube em 4 de Dezembro de 1934 e transferido para a Fortaleza de Peniche em 9, foi libertado em 4 de Fevereiro de 1935. Vivia, então, na Rua do Conde, 73, 1.º - Lisboa.

[Abel Augusto Gomes de Abreu || ANTT || RGP/191 || PT-TT-PIDE-E-10-1-191]

Novamente preso em 5 de Março de 1937 e levado para uma esquadra incomunicável, por «suspeita de manter ligações com os seus antigos colegas da Casa da Moeda, para fins de organização comunista», foi libertado em 2 de Abril por estar «afastado de todos os assuntos de carácter político-social». 

Preso, pela última vez, em 17 de Fevereiro de 1944, foi absolvido pelo Tribunal Militar Especial de 15 de Março.

O nome de Abel Augusto Gomes de Abreu consta do Memorial dos Presos Políticos de Peniche, inaugurado em 25 de Abril de 2017.

Fontes:
ANTT, Cadastro Político 5268 [Abel Augusto Gomes de Abreu / [PT-TT-PIDE-E-001-CX05_m0007, m0007a].
ANTT, Registo Geral de Presos 191 [Abel Augusto Gomes de Abreu / PT-TT-PIDE-E-10-1-191].

[João Esteves]

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