[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sexta-feira, 29 de abril de 2016

[1457.] O QUE O TEMPO NÃO APAGOU [II] || CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO

* O QUE O TEMPO NÃO APAGOU || ANTENA 1 || PROGRAMA DE ANA ARANHA *

|| CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO || 29 DE ABRIL || 23 HORAS ||



A propósito deste programa de Ana Aranha, reproduz-se um excerto do texto escrito aquando do centenário do voto de CBA, em maio de 2011, celebrado na Universidade Nova de Lisboa

"Carolina Beatriz Ângelo e o Voto – Um não acaso

Apesar do voto de Carolina Beatriz Ângelo ser considerado como fortuito e, como tal, sistematicamente desvalorizado no contexto da I República, ele deve ser antes entendido no contexto de um processo iniciado nos últimos anos da Monarquia e que levou a esse desfecho não tão imprevisível como isso.

Embora se possa sempre invocar que se tratou de um acto isolado, sem consequências outras que não uma vitória individual, a que não seria alheio o facto do juiz que autorizou o recenseamento eleitoral de Carolina ser o pai da amiga Ana de Castro Osório, também não é menos verdade que o sufrágio feminino era o culminar de uma estratégia mobilizadora das militantes republicanas e que vinha sendo delineada antes do triunfo da República.

O voto, mais do que um acaso, só foi tornado possível porque a elite das republicanas funcionara, ainda durante a Monarquia, como um verdadeiro grupo de pressão junto dos dirigentes republicanos, por pertencerem à mesma geração e frequentarem meios e terem objectivos comuns.

A força da sua capacidade reivindicativa e mobilizadora foi potenciada pelo 5 de Outubro de 1910 e o sufrágio feminino restrito, ao ter adeptos importantes na nova governação, chega a ser encarado como uma possibilidade real, disso dando conta a jornalista e feminista francesa Madeleine Pelletier que se deslocara a Portugal para se inteirar do que se passava.

O seu voto só foi possível na sequência de uma revolução e quando o país ainda estava sob o efeito das suas consequências mais imediatas. Não por acaso, aconteceu sob a governação do Governo Provisório saído do 5 de Outubro e a sua aspiração seria definitivamente afastada com o triunfo do republicanismo mais conservador, patente nos governos subsequentes. Com ele, Carolina ganhou notoriedade em Portugal, reforçou a mobilização em torno da reivindicação do sufrágio feminino e contribuiu, de forma decisiva, para a internacionalização do feminismo português.

Considerar o sucedido a 28 de Maio de 1911 um acaso é não valorizar a intensa e persistente campanha que mobilizou, entre 1906 e 1911, cerca de dois milhares de mulheres em torno do reconhecimento de alguns dos seus direitos."

[João Esteves, Maio de 2011]

[1456.] JOÃO MARTINS BRANCO [II] || ESTUDANTE ASSASSINADO EM 28/04/1931

* JOÃO MARTINS BRANCO *

|| MORTO, EM 28 DE ABRIL, DURANTE UMA REUNIÃO DE ESTUDANTES NA FACULDADE DE MEDICINA || 

 [F. 28 de Abril de 1931] 

Fotografia do impressionante funeral de João Martins Branco retirada da Tese de Mestrado de Rodrigo Lacerda Fernandes: A morte do ditador: o visual e o olhar no funeral de António de Oliveira Salazar [dissertação de Mestrado em Antropologia - Culturas Visuais, FCSH-UNL, 2013].

[Diário de Lisboa || 30 de Abril de 1931]

quinta-feira, 28 de abril de 2016

[1455.] JOÃO MARTINS BRANCO [I] || ASSASSINADO HÁ 85 ANOS

* JOÃO MARTINS BRANCO || MORTO HÁ 85 ANOS *

[F. 28/04/1931]

João Martins Branco era estudante do Instituto Industrial e morreu na sequência da intervenção policial durante uma reunião de contestação ao regime que se estava a realizar na Faculdade de Medicina, no Porto, em 28 de Abril de 1931. 

O funeral realizou-se em 30 de Abril, no Porto, tendo havido vários feridos devido a nova repressão policial.


[Diário de Lisboa || 30 de Abril de 1931]

[Fotografia retirada, com a devida vénia, de Paulo Barrosa]

Provavelmente, foi durante esta reunião de estudantes do dia 28 que Jorge Gustavo Sanches de Castro Marques dos Santos, então a frequentar Medicina, interveio no socorro aos feridos e conheceu Antónia Girão Azuaga dos Santos [1908-2002], com quem viria a casar em 1933/1934.

Antónia Girão Azuaga dos Santos foi uma das ativista da Delegação do Porto da Associação Feminina Portuguesa para a Paz durante a década de 40.

[1454.] A CENSURA NA DITADURA MILITAR E NO ESTADO NOVO (1926-1974) [II]

* MUSEU BERNARDINO MACHADO || VILA NOVA DE FAMALICÃO *

|| A CENSURA DO ESTADO NOVO SOBRE O JORNAL DE NOTÍCIAS || 29 DE ABRIL || 21H30 ||

|| CONFERENCISTA || ISABEL FORTES ||


quarta-feira, 27 de abril de 2016

[1453.] ESTÓRIAS DO TEMPO DA OUTRA SENHORA [IV] || RTP2

* ESTÓRIAS DO TEMPO DA OUTRA SENHORA || RTP2 || EDGAR FELDMAN *

|| 3.º EPISÓDIO || 2 DE MAIO || 23H30 || 

|| EXIGIMOS O DIÁLOGO ||


A crise estudantil de 1969 em Coimbra. José Cavalheiro e Raul Albergaria dirigentes associativos da altura envolvem-se na luta estudantil. O regime já está em crise, várias peripécias trágico-cómicas sobre estes dias são narradas com grande humor pelos intervenientes.

[1452.] MUSEU DO ALJUBE - RESISTÊNCIA E LIBERDADE [VII] || RUBEN DE CARVALHO

* INTELECTUAIS E ARTISTAS DA RESISTÊNCIA *

|| 29 DE ABRIL DE 2016 || MANUEL TIAGO - ÁLVARO CUNHAL ||

|| POR RUBEN DE CARVALHO E MANUEL AUGUSTO ARAÚJO ||


[1451] O QUE O TEMPO NÃO APAGOU [I] || CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO

* O QUE O TEMPO NÃO APAGOU || ANTENA 1 || PROGRAMA DE ANA ARANHA *

|| CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO || 29 DE ABRIL || 23 HORAS ||

Evocar e retratar um grupo de personalidades de várias áreas.
Todas já falecidas e vistas sob o olhar de familiares.
Um programa de Ana Aranha, 6ª feira às 23h00.

Próxima 6.ª Feira: CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO


terça-feira, 26 de abril de 2016

[1450.] TEM CUIDADO MEU AMOR. CARTAS DA PRISÃO DE VIRGÍNIA MOURA E ANTÓNIO LOBÃO VITAL [II]

* VIRGÍNIA MOURA || ANTÓNIO LOBÃO VITAL *
|| ORGANIZAÇÃO, APRESENTAÇÃO E NOTAS DE MANUELA ESPÍRITO SANTO ||

[Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto || 2015]

Para além da relevância do texto introdutório, as notas de Manuela Espírito Santo contêm dados biográficos sobre quase todos os nomes referenciados nas cartas trocadas entre o casal entre dezembro de 1951 e 27 de agosto de 1957, a saber:

- Agustina Bessa-Luís (n. 1922).
- Albertino Macedo (n. 1912).
- Alberto Saavedra (1890-1979).
- Alexandre Babo (1916-2007).
- Alfredo Coelho de Magalhães (1919-1988).
- Américo de Faria de Moura.
- Amílcar Ramada Curto (1886-1961).
- António Cleto Malvar (1913-1988).
- António José Saraiva (1917-1993).
- António Macedo (1906-1989).
- António Machado (1912-2002).
- António Ramos de Almeida (1912-1961).
- António Sérgio (1883-1969).
- António Simões Abreu (1923-2005).
- António Veloso (1923-2014).
- Armando Bacelar (1918-1998).
- Armando Cotta (n. 1905).
- Armando de Castro (1918-1999).
- Arnaldo Mascarenhas (n. 1905).
- Artur Santos Silva (1910-1980).
- Artur Vieira de Andrade (1913-2005).
- Augusto César Rodrigues Anjo (1915-1969).
- Carlos Cal Brandão (1906-1973).
- Carlos Costa (n. 1928).
- Carlos João Chambers Ramos (1897-1969).
- Carvalhão Duarte (1897-1972).
- David de Carvalho (1899-1986).
- Eduardo Ralha (1907-1988).
- Egídio dos Santos (1910-1991).
- Élio Amorim (n. 1906).
- Eugénie Cotton (1881-1967).
- Eurico Ferreira.
- Fernando da Conceição Fonseca (1895-1974).
- Ferreira de Castro (1898-1974).
- Flávio Martins (1915-1993).
- Francisco José da Rocha Martins (1879-1952).
- Francisco Keil do Amaral (1910-1975).
- Francisco Vieira de Almeida (1888-1962).
- Gonçalves Magno.
- Hernâni Cidade (1887-1975).
- Inácio Peres Fernandes (1910-1989).
- João de Barros (1881-1960).
- João Gaspar Simões (1903-1987).
- João Menéres de Castro Campos (1912-1988).
- Joaquim Ângelo Caldeira Rodrigues (1925-2004).
- José Alberto Rodrigues (1905-1979).
- José Borrego.
- José Morgado (1919-2003).
- José Vital de Matos.
- Lino Lima (1917-1999).
- Luís Alves de Carvalho (1899-1978).
- Luís Neves Real (1910-1985).
- Luís Severiano da Veiga (n. 1904).
- Manuel de Azevedo (1916-1984).
- Manuel João da Palma Carlos (1915-2001).
- Manuel Luís Guedes Pinheiro (1904-1997).
- Margarida Carmona (1920-2003).
- Maria Faria Moura.
- Maria Irene Morais e Castro (1895-1975).
- Maria Isabel Aboim Inglês (1902-1963).
- Maria Lamas (1893-1983).
- Mário Cal Brandão (1910-1996).
- Mário Corino da Costa Andrade (1906-2005).
- Óscar Lopes (1917-2013).
- Raúl Ramalho (1914-2002).
- Rosa de Faria Moura (n. 1891).
- Ruy Luís Gomes (1905-1984).
- Teixeira de Pascoais (1877-1952).
- Vasco Cabral (1926-2005).
- Vasco da Gama Fernandes (1908-1991).
- Veloso de Pinho.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

[1449.] SÉRGIO VALENTE [II] || UM FOTÓGRAFO NA REVOLUÇÃO

* SÉRGIO VALENTE || UM FOTÓGRAFO NA REVOLUÇÃO *

|| O PORTO NA REVOLUÇÃO || 1974-1982 || 


Passados 42 anos sobre o 25 de Abril, quando os acontecimentos vividos se vão esbatendo ou são, por vezes, reformulados sob um registo folclórico e bacoco, urge preservar a memória dos protagonistas e revisitar as fotografias de Sérgio Valente em Um fotógrafo na revolução [Edições Afrontamento, 2015] que, num coerente e impressivo trabalho fotográfico, expõe rostos do Porto, muitos deles anónimos e outros de conhecidos resistentes antifascistas, que saíram à rua naquela data e viveram intensamente os meses e anos subsequentes. 

Deste livro, entendido pelo historiador Manuel Loff como "um trabalho de recuperação da dignidade", constam centenas de fotografias que abarcam a contestação à Ditadura a partir de 1969, o tempo da revolução e termina, significativamente, com os sangrentos acontecimentos, hoje quase esquecidos, do 1.º de Maio de 1982 no Porto e os funerais dos dois jovens da CGTP assassinados.

Ativista, militante, cidadão e fotógrafo, Sérgio Valente chegou a ser agredido à bastonada pela polícia repressiva no próprio dia 25 de Abril, data em que também recebeu a tão desejada notícia da sua admissão como Repórter Fotográfico no Diário de Lisboa, nunca concretizada por ter optado por ficar na sua cidade junto dos seus que há muito lutavam e aspiravam por aquele dia.

Com Prefácio de Manuel Loff e texto introdutório e notas de Rui Pereira, este livro dá continuidade à obra Sérgio Valente - Um fotógrafo na oposição, constituindo ambos um importantíssimo contributo para resgatar rostos, nomes e episódios de intencionais esquecimentos.



[Sérgio Valente. Um fotógrafo na revolução || Edições Afrontamento || 2015]

domingo, 24 de abril de 2016

[1448.] SÉRGIO VALENTE [I] || UM FOTÓGRAFO NA OPOSIÇÃO

* SÉRGIO VALENTE || UM FOTÓGRAFO NA OPOSIÇÃO *

|| RESISTÊNCIA E ANTIFASCISTAS NO/DO PORTO || 1964-1974 ||


Na véspera de mais um 25 de Abril, valerá a pena revisitar as fotografias de Sérgio Valente que recuperam memórias de um país sob uma Ditadura de 48 anos e que dão a conhecer rostos, muitos rostos, e iniciativas de quem, corajosa e empenhadamente, a combateu até 1974.

Por este livro perpassam algumas das principais redes de sociabilidade da Oposição na cidade do Porto entre, principalmente, 1964 e 1974, e o papel que Sérgio Valente, por três vezes preso (1969, 1971 e 1973), teve, enquanto ativista comunista e fotógrafo, no engrossar da corrente pela Liberdade.

Com Prefácio de Germano Silva e textos de Manuel Loff e de Hélder Marques, este mais centrado no percurso familiar, social, profissional e político de Sérgio Valente, as fotografias aqui inseridas são um precioso contributo para a identificação e o reconhecimento de quem assumiu a luta contra o Fascismo como uma prioridade, com os riscos inerentes, evitando perpetuar o seu esquecimento, tão de agrado de certa construção oficial da história, da imprensa e dalguma historiografia dominante.

Como é dito na obra, Sérgio Valente registou, resistiu e sobreviveu para contar anos de luta e de resistência quando, muitos outros, preferiram ser cúmplices: por convição, omissão ou bem-estar pessoal.



[Porto || Edições Afrontamento || Abril de 2010]

sábado, 23 de abril de 2016

[1447.] MANUEL DE AZEVEDO [IV]

* MANUEL RODRIGUES MONTEIRO DE AZEVEDO *
[1916 - 1984]

|| MANUEL DE AZEVEDO POR ARMANDO BACELAR ||

Esclarecedor texto de Armando Bacelar sobre Manuel de Azevedo. Cruzaram-se, muito, no Porto. Partilharam ideais, militância, agremiações. Correram riscos. Estiveram do mesmo lado e, mais uma vez, cruzaram-se na Delegação do Porto da Associação Feminina Portuguesa para a Paz. Tal como as suas mulheres: Elisa Amado [Bacelar] e Maria Natália Rodrigues da Fonseca Maia

[Diário de Lisboa || 19 de Julho de 1984]

sexta-feira, 22 de abril de 2016

quinta-feira, 21 de abril de 2016

quarta-feira, 20 de abril de 2016

[1444.] MANUEL DE ZEVEDO [III]

* MANUEL RODRIGUES MONTEIRO DE AZEVEDO *
[1916-1984]


Uma sentida homenagem de João Honrado à coragem e coerência de Manuel de Azevedo na sua ação antifascista: “mitigou-nos a fome muitos dias. Deu-nos o pão e o agasalho da sua casa no Porto e em Lisboa. Emprestou à Resistência mais força. Nunca nos fechou a porta. Sejamos mais diretos: abrir a porta a clandestinos, referenciados ou não pela Polícia, não muitos o fizeram com a coragem de Manuel de Azevedo. […] Nas melhores e piores horas do percurso manteve uma inalterável boa disposição de combatente. […] Nunca vimos Manuel de Azevedo adiantar-se para situações pessoais de destaque. […] Parecia vaidoso mas era modesto. Legitimamente orgulhoso, isso é verdade. Apontem-lhes defeitos, está certo. Olhem amigos: não lhe podem (lá isso não) referir nódoa de caráter pessoal e de natureza política. Nós não lhas conhecemos. A nossa lidação foi com um homem digno – e por isso não esqueceremos (cívica e politicamente) Manuel de Azevedo”.

[Diário de Lisboa || 12 de Julho de 1984]

[1443.] ESTÓRIAS DO TEMPO DA OUTRA SENHORA [III] || RTP2

ESTÓRIAS DO TEMPO DA OUTRA SENHORA || RTP2 || EDGAR FELDMAN || 8 EPISÓDIOS ||


|| 2.º EPISÓDIO || 25 DE ABRIL || 23H30 ||
Ação Revolucionária Armada
[Episódio 2 de 8]


Com a participação de Raimundo Narciso (dirigente clandestino da ARA - Ação Revolucionária Armada) e os operacionais Ramiro Morgado e Carlos Coutinho que relatam as ações do braço armado do Partido Comunista Português, nomeadamente o célebre ataque à base aérea de Tancos, onde inutilizaram definitivamente cerca de três dezenas de aeronaves da força aérea colonial.

Com desenhos de Miguel Mira, este episódio é dedicado à memória de José Luís Nápoles Guerra [Capitão de Abril].

terça-feira, 19 de abril de 2016

[1442.] EXPOSIÇÃO "OS CICLOS DO ARROZ" [II] || MUSEU DO NEO-REALISMO

* OS CICLOS DO ARROZ || MUSEU DO NEO-REALISMO *

|| 16 DE ABRIL || CORO NOTAS SOLTAS ||


[1441.] ESTÓRIAS DO TEMPO DA OUTRA SENHORA [II] || RTP2

* ESTÓRIAS DO TEMPO DA OUTRA SENHORA || RTP2 || EDGAR FELDMAN || 8 EPISÓDIOS || ÀS SEGUNDAS-FEIRAS ||


|| 1.º EPISÓDIO || OS MÉDICOS COMUNISTAS DE SALAZAR || 18 DE ABRIL ||

O primeiro episódio, narrado por Manuel de Souto [n. 1936], militante comunista e médico de Salazar, conta a estória dos últimos dias do ditador, quando foi assistido por uma equipa de médicos envolvidos com organizações de oposição ao regime. 

[Manuel de Souto (Teixeira) ao centro || RTP2]

Entrevista de Ricardo Machaqueiro [1958-2013], sendo este episódio dedicado à sua Memória.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

[1440.] BENTO DE JESUS CARAÇA [IV] || ALBERTO PEDROSO [I]

* BENTO DE JESUS CARAÇA || NASCIDO HÁ 115 ANOS *
[18/04/1901 - 25/06/1948]


|| ALBERTO PEDROSO [1930-2011] || BENTO DE JESUS CARAÇA SEMEADOR DE CULTURA E DE CIDADANIA ||

[Campo das Letras || 2007]



[1439.] MANUEL DE AZEVEDO [II]

* MANUEL RODRIGUES MONTEIRO DE AZEVEDO *
[1916 - 1984]

|| MANUEL DE AZEVEDO POR FERNANDO PITEIRA SANTOS ||

Texto de Fernando Piteira Santos no Diário de Lisboa, na sua coluna Política de A a Z, aquando do desaparecimento físico de Manuel de Azevedo: jornalista, homem da cultura que pertenceu à geração do neo-realismo, antifascista e cidadão íntegro.


[Fernando Piteira Santos || Diário de Lisboa || 9 de Julho de 1984]

[1438.] EXPOSIÇÃO "OS CICLOS DO ARROZ" [I] || MUSEU DO NEO-REALISMO

* OS CICLOS DO ARROZ || MUSEU DO NEO-REALISMO *

|| 16 DE ABRIL A 2 DE OUTUBRO DE 2016 ||

||  ALICE JORGE || ANTÓNIO ALFREDO || CIPRIANO DOURADO || JÚLIO POMAR || LIMA DE FREITAS || ROGÉRIO RIBEIRO ||


"O Museu do Neo-Realismo prossegue a sua ação na promoção e divulgação do legado cultural do movimento neorrealista português com a implementação de uma exposição temporária subordinada ao tema do ciclo do arroz. A denominação resultou da experiência coletiva, artístico-literária, realizada em 1953 por iniciativa do escritor Alves Redol, na qual participaram Júlio Pomar, Rogério Ribeiro, Alice Jorge, Cipriano Dourado, Lima de Freitas e António Alfredo, e que consistiu nas jornadas que efetuaram aos arrozais do ribatejo, para que contactassem de perto com os trabalhadores, o seu modo de vida, as condições e a dureza do trabalho nos campos de arroz.

O registo desse trabalho de campo, sob a forma de apontamentos, fotografias, esquissos, desenhos ou estudos, seria utilizado como matéria-prima e fonte de inspiração para os trabalhos artístico-literários que foram produzidos pelos participantes, quer na criação de obras de artes plásticas, nas técnicas do desenho, da gravura ou da pintura, quer na produção literária."

domingo, 17 de abril de 2016

[1437] MANUEL DE AZEVEDO [I] || 1916 - 1984

* MANUEL RODRIGUES MONTEIRO DE AZEVEDO *
[1916 - 06/07/1984]

[Diário de Lisboa || 6 de Julho de 1984]

Devido à conservação do precioso manuscrito de Irene Castro e ao estudo pioneiro de Lúcia Serralheiro Mulheres em grupo contra a corrente, é possível elencar centenas de sócias e, pelo menos, dezenas de apoiantes masculinos da Delegação do Porto da Associação Feminina Portuguesa para a Paz, reconstruindo algumas daquelas redes que a sustentaram e tanto dinamismo lhe deram.

Entre aquelas está Maria Natália Maia (sócia n.º 250) e, entre estes, encontra-se o marido, o jornalista e militante comunista Manuel de Azevedo, nome que, mesmo tardiamente, merecia outro reconhecimento enquanto profissional, homem de cultura, cinéfilo e antifascista militante desde os anos 30 até 1974, sendo um dos primeiros nomes a constar do Registo Geral de Presos da Polícia Política. Em virtude das detenções, em 1935 para averiguações, a 16 de Fevereiro, “o jornalista é preso por esta polícia […] por propaganda subversiva e entregue no T.M.E. que o condenou a 500$00 de multa e perda de direitos políticos por 5 anos”. Restituído à liberdade a 25 de Abril de 1935 [Documento da PVDE, Processo 1018/35].

Quanto mais se esmiuça a Delegação do Porto da AFPP, mais é perceptível a relevância da sua componente política enquanto organização antifascista, envolvendo mulheres e homens, muitos destes familiares daquelas.

Para que não se extraviem, vão-se deixando aqui apontamentos que integram posterior estudo, sendo agora de destacar Manuel de Azevedo no ano do centenário do seu nascimento.

* MANUEL DE AZEVEDO * 

Jornalista (O Século, Norte Desportivo, O Primeiro de Janeiro, Diário de Lisboa), ativista cultural e associativo (AJHLP, Sindicato dos Jornalistas, Cineclube do Porto), antifascista, comunista e militante do MUD e MND

Filho de Georgina Tedim Monteiro [20/11/1879 - 15/04/1925] e de Manuel José Rodrigues [1865 - 1924] e irmão de Elmina Rodrigues Monteiro Tedim [1914 - 1997], Manuel de Azevedo nasce em Folhadela, Vila Real, em 1916 e, cedo, parte para o Porto. 

Manuel de Azevedo frequenta a seção de Ciências no Liceu Rodrigues de Freitas e Liceu Alexandre Herculano, onde cedo se envolveu com as causas políticas e culturais, a par de um grupo de amigos que o irão acompanhar ao longo da vida e de vários dos projectos que integra, como Carlos Espaín, Carlos Barroso, Lobão Vital, Dilermano Marinho e José Soares Lopes, etc.

Ingressa, no ano lectivo de 1935-1936, na Faculdade de Ciências, da Universidade do Porto e, em virtude do seu envolvimento no projecto Sol Nascente, Quinzenário de Ciência, Arte e Crítica (1937-1940), pede transferência, em 1938-1939, para a Faculdade de Ciências de Coimbra.

Com 19 anos, em 16 de Fevereiro de 1935, “por ter sido apanhado a pintar inscrições contra o fascismo nas paredes” [Ana Aranha e Carlos Ademar, No limite da dor], é detido juntamente com Carlos Espaín. 

Em 1937, esteve na fundação da revista Sol Nascente onde colabora em todas as fases da sua produção, com artigos, gravuras, paginação e coordenação da revista, desde o nº 1, de 30 de Janeiro de 1937 a 15 de Abril de 1940

Durante grande parte da vida do periódico, a sede da redação e da administração funciona na sua casa de família, na Rua do Bonjardim, nº 629, Porto. Manuel de Azevedo parte para Coimbra (1938-1939) quando a sede da Sol Nascente se transfere para essa cidade. 

[Manuel de Azevedo || 1938]

[in Luís Crespo de Andrade, Sol Nascente, Campo das Letras, 2007]

Em Coimbra ocorre nova detenção, enquanto residia na Couraça de Lisboa, n º38, num quarto partilhado por Jorge Mendonça Torres, morada esta que funcionava, na prática, como redacção, administração e distribuição da revista. A detenção acontece em 25 de maio de 1939, sob a acusação de os “arguidos professarem ideias comunistas, informação esta colhida pela Inspecção desta Polícia em Coimbra, onde se encontram a estudar. Não se provou no decorrer das averiguações terem feito propaganda, mantido ligações ou desenvolverem qualquer atividade revolucionária, motivo porque foi ordenada a sua liberdade condicional” [da acusação da Polícia Política].

De regresso ao Porto, continua a atividade política clandestina associada ao Partido Comunista, sendo companheiro de muitas lutas de António Lobão Vital e de Virgínia Moura, esta última que o refere inúmeras vezes no seu livro Mulher de Abril [Edições Avante!, 1996]. Casa com Maria Natália Maia, sendo ambos ativistas da Delegação da Associação Feminina Portuguesa para a Paz: a mulher como sócia e Manuel de Azevedo como sócio auxiliar, tal como o cunhado João Arnaldo Rodrigues da Fonseca Maia [24/12/1916 - 03/07/1987], também jornalista e comunista. 

Apaixonado pelo cinema, participa no filme Aniki-Bobó [1942] de Manoel de Oliveira, evidenciando-se, nas décadas de 40 e 50, no movimento cineclubista, juntamente com Henrique Alves Costa. Fez parte da Direcção do CPC-CCP e participa em Setembro de 1947, enquanto representante dos Cineclubes Portugueses, no I Congresso Internacional dos Cineclubes, em Cannes, para a formação da Federação Internacional dos Cineclubes.

Em 1949, Manuel de Azevedo colabora ativamente na campanha presidencial de Norton de Matos (MND). Nesse mesmo ano, aquando da prisão de Álvaro Cunhal no Luso e da sua transferência para a prisão da Rua do Heroísmo, no Porto, Manuel de Azevedo integra o grupo dos quatro responsáveis, com António Lobão Vital [1911-1978], Osvaldo Santos Silva [1913-1951], outro sócio auxiliar da AFPP, e Virgínia Moura [1915-1998], pela publicação do anúncio de 30 de março n'O Primeiro de Janeiro, onde se publicita a detenção do principal dirigente comunista, evitando possíveis consequências mais graves para o detido. A informação da prisão do dirigente comunista fora dada através de Elisa Amado ao visitar o marido, Armando Bacelar, detido na mesma prisão. 

A tenacidade e coragem de Manuel de Azevedo, então jornalista de O Primeiro de Janeiro, continua nas campanhas presidenciais de Ruy Luís Gomes (1951), de Humberto Delgado (1958) e de Arlindo Vicente (1958). Em 1958, dá voz no Rádio Clube Português à campanha eleitoral de Arlindo Vicente, de que era um dos proponentes [República, 03/05/58] e é um dos que aguardou a sua chegada na Estação de São Bento, no Porto,  em 20 de Maio

Associa-se, ainda, a todas as iniciativas da Oposição à Ditadura, nomeadamente participando nas diversas celebrações do 31 de Janeiro e do 5 de Outubro. 

Estando há 17 anos como repórter em O Primeiro de Janeiro, Porto, sem progressão na carreira e com Maria Natália Maia desterrada por motivos políticos para a província, enquanto funcionária dos CTT (Torres Novas, Mealhada, Póvoa do Varzim e Lisboa, em 1961), rumam a Lisboa, como forma de reunir a família: Cesaltina Maia (sogra), Maria Natália Maia (mulher), Maria Georgina Maia de Azevedo (filha) e Maria Manuela Maia de Azevedo (filha). Manuel de Azevedo passa a integrar a redacção do Diário de Lisboa, jornal onde trabalha até à sua morte, em 1984. 

Na sequência da prisão da sua filha Maria Georgina pela PIDE, em 25 de Novembro de 1964, e do sofrimento físico e psicológico que lhe foi infligido, Manuel de Azevedo escreve uma carta, datada de 7 de dezembro, ao ministro do Interior, Santos Júnior, a denunciar a situação porque estava a passar a menor e a exigir, “como pai e como cidadão”, “que terminem tais práticas sobre a minha filha e sobre outros jovens que porventura estejam a sofrer o mesmo, pois elas são, não só contrárias às leis portuguesas, como à consciência de todos os homens bem formados do mundo inteiro. Solicito a V. Ex.ª providências imediatas, como é de justiça.” [Ana Aranha e Carlos Ademar, No limite da dor, 2014, Depoimento de Maria Georgina Maia de Azevedo]. 

Através desta acção de cidadania e empenho do pai e cidadão Manuel de Azevedo, que consegue mobilizar solidariedades nacionais e internacionais, em resultado do prestígio de que gozava, beneficia a filha bem como outros detidos. 

Manuel de Azevedo continua, até à queda do regime, em 25 de Abril de 1974, a mesma incessante luta. 

[1977 || Fotografia retirada, com a devida vénia do Blogue Antifascista da Resistência || Da esquerda para a direita: 1º - Luís Sttau Monteiro; 2º - Eugénio Alves; 3º - Pedro Alvim; 4º - Manuel Anta; 5º - Augusto Vilela; 6º - Fernando Assis Pacheco; 7º - Fernando Piteira Santos; 8º- Manuel Azevedo; 9º- José Cardoso Pires; 10º - António P. Ruella Ramos]

Após a revolução, milita no MDP/CDE e desempenha várias funções no âmbito do Conselho da Imprensa e do Sindicato dos Jornalistas. Mantêm-se, até falecer, aos 67 anos, a 6 de Julho de 1984, destacado e respeitado jornalista do Diário de Lisboa


O seu desaparecimento, vítima de um acidente cardiovascular, motivou o sugestivo título de primeira página “Morreu-nos o Manuel de Azevedo” [Diário de Lisboa, 06/07/1984]. O Diário de Lisboa e familiares recebem mensagens de pêsames de inúmeros amigos, de leitores, de agremiações, dos partidos políticos [MDP/CDE, Partido Comunista, Partido Socialista], dos órgãos de soberania, e dos colegas de profissão e a evocação sentida e contristada de muitos camaradas da luta antifascista.

Fernando Piteira Santos, intitulou “Uma geração que esteve na Resistência” a sua seção “Política de A a Z”, destacando o papel histórico, e muito pouco (re)conhecido, mesmo entre os amigos, de Manuel de Azevedo: “Muito jovem Manuel de Azevedo se definiu, escolheu um campo, um território de resistência, de sonho, de liberdade. Nele viveu. Quaisquer outros méritos do homem são menores, ou acessórios, perante este exemplo de fidelidade a si próprio. Foi a sua uma vida de resistência e de persistência, na qual a atividade profissional, o exercício da crítica no domínio do cinema, o jornalismo cultural e de intervenção, a militância associativa, sindical e cívica, se integram como componentes da unidade de um caráter e de uma conduta moral e social.” E o diretor-adjunto do jornal concluí a sua coluna reafirmando que “foi um constante sonhador de uma pátria popular. Era um democrata, o Manuel de Azevedo. Foi um resistente antifascista. Foi um homem para quem Abril chegou tarde e foi uma esperança” [Fernando Piteira Santos, DL, 09/07/1984]. 

João Honrado [1929-2013], militante comunista que conheceu a clandestinidade e a prisão, escreveu, no mesmo diário, que Manuel de Azevedo “mitigou-nos a fome muitos dias. Deu-nos o pão e o agasalho da sua casa no Porto e em Lisboa. Emprestou à Resistência mais força. Nunca nos fechou a porta. Sejamos mais diretos: abrir a porta a clandestinos, referenciados ou não pela Polícia, não muitos o fizeram com a coragem de Manuel de Azevedo. […] Nas melhores e piores horas do percurso manteve uma inalterável boa disposição de combatente. […] Nunca vimos Manuel de Azevedo adiantar-se para situações pessoais de destaque. […] Parecia vaidoso mas era modesto. Legitimamente orgulhoso, isso é verdade. Apontem-lhes defeitos, está certo. Olhem amigos: não lhe podem (lá isso não) referir nódoa de caráter pessoal e de natureza política. Nós não lhas conhecemos. A nossa lidação foi com um homem digno – e por isso não esqueceremos (cívica e politicamente) Manuel de Azevedo” [João Honrado, “Também por Manuel de Azevedo”, DL, 12/07/1984].

Armando Bacelar, que com ele tanto conviveu e lutou no Porto, lembrou que “o jornalista que foi a enterrar na tarde dum dia brumoso deste mês de julho foi figura destacada dos movimentos cultural e político progressistas iniciados na juventude académica na segunda metade da década de trinta deste século e que depois se prolongou” [Armando Bacelar, “Manuel de Azevedo”, DL, 19/07/1984]; Luís Francisco Rebello reforçou ideia de que “sem alardes nem hesitações, a causa da Liberdade e a defesa da Cultura democrática (a única verdadeira) encontrou sempre nele um combatente denodado, e pagou com pesados sacrifícios o preço da sua dedicação a essa causa. A sua vida e o seu companheirismo ficam como um exemplo que não pode ser esquecido” [“Uma carta de Luiz Francisco Rebello”, DL, 19/07/1984].


[João Esteves]

Este texto foi revisto e alterado em 12 de Maio de 2016, devido à amável e preciosa colaboração de Maria Georgina Maia de Azevedo, filha de Manuel de Azevedo. Assim, eliminaram-se incorreções e foram introduzidas novas informações. 

Nota 1: 
Tive a sorte e o privilégio de ler muitos dos textos de Manuel de Azevedo no Diário de Lisboa, bem como de muitos outros jornalistas e escribas de excelência que, mesmo nas adversidades, sabiam-no ser e, por imperativos de consciência, de profissionalismo e de cidadania, repudiavam a submissão aos interesses de poderes políticos e económicos. Eram jornalistas de referência num tempo em que não havia a presunção dos auto-intitulados jornais de referência. Agora, parece que temos "jornais de referência" sem "jornalistas de referência" e sem leitores!

Nota 2: 
No centenário de Manuel de Azevedo, solicita-se a colaboração de todos os que com ele conviveram, partilharam a profissão ou cruzaram-se em momentos da luta antifascista: 
"Celebra o centenário do nascimento do Jornalista e Homem da Cultura, Manuel de Azevedo (06.08.1916), como exercício de memória e cidadania, vivificando o seu retrato e histórias que nos sejam comuns, através do:

https://www.facebook.com/Manuel-de-Azevedo-972616922853936/ ou azevedogeorgina@gmail.com."

sexta-feira, 15 de abril de 2016

[1436.] ESTÓRIAS DO TEMPO DA OUTRA SENHORA [I] || RTP2

* ESTÓRIAS DO TEMPO DA OUTRA SENHORA || RTP2 || EDGAR FELDMAN || 8 EPISÓDIOS || 


"Uma série documental realizada por Edgar Feldman que, num espírito de tertúlia e informalidade, celebra os resistentes do Estado Novo e as suas estórias do tempo da outra senhora

Uma série documental sobre as estórias da vida mundana e quotidiana daqueles que se empenharam e dedicaram a vida à luta pelos seus princípios e valores. Como se relacionaram, como era o seu dia a dia, nas prisões, nas casas clandestinas ou nas imensas contrariedades com que se deparavam nas suas tarefas subversivas.

Da vasta informação e documentação recolhidas, foram selecionadas oito estórias entusiasmantes e reveladoras da realidade vivida e partilhada pelos que a protagonizaram."

|| 1.º EPISÓDIO || 18 DE ABRIL || 23H30 ||

Os Médicos Comunistas de Salazar
[Episódio 1 de 8 Duração: 50 min]

O primeiro episódio, narrado por Manuel de Souto, militante comunista e médico de Salazar, conta a estória dos últimos dias do ditador, quando foi assistido por uma equipa de médicos envolvidos com organizações de oposição ao regime.

[1435.] PACIFISMO E EDUCAÇÃO - SPECIES [I]

* PACIFISMO E EDUCAÇÃO (SÉCULOS XIX E XX *


|| FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO - UNIVERSIDADE DO PORTO || 21-23 DE ABRIL DE 2016 ||

 

"Realiza-se no dias 21 a 23 de abril de 2016 na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto o Encontro Internacional da Society of Politics, Education and Comparative Inquiry in European States - SPECIES, com o tema  “Pacifismo e Educação”.

Centrado na temática do pacifismo enquanto fundamento e sentido da educação e desafio ao trabalho do educador, o Encontro coloca o assento no contributo dos movimentos sociais para a problemática da paz e da educação, sem esquecer uma reflexão sobre a teoria e a prática pedagógica, sobre o papel da cultura e da religião, nas orientações e nas práticas educativas, formais e informais. Não se pretende ficar fechado nos limites do estritamente escolar mas verificar como o pensamento, as tradições e convicções delimitam formas de abordar e praticar a educação para a Paz no contexto europeu. No momento em que se cumpre um século sobre a entrada de Portugal na I Guerra Mundial, fazer incidir a análise sobre a Educação e o Pacifismo constitui uma abordagem diferente aos desafios da violência e da guerra. Os recentes atentados e o clima de incerteza que paira sobre o mundo, vem suscitando, cada vez mais, a necessidade de uma reflexão sobre o significado do pacifismo na educação e a responsabilidade, pessoal e coletiva, dos docentes na construção de um espírito e de práticas de convivência integrada e pacíficas. 

O Encontro Pacifismo e Educação está inserido no Programa Doutoral em Ciências da Educação da FPCEUP e destina-se particularmente a investigadores/as no campo da História da Educação e das Ciências da Educação e está aberto a toda a comunidade académica, a estudantes e professores de qualquer nível de ensino e ao público em geral, interessados no tema da educação para a Paz e na compreensão da educação europeia, que ultrapasse a mera comparação estatística do presente. Estarão presentes historiadores da Rede SPECIES de Itália e Bolzano, da Suíça, Letónia, Alemanha, França e Portugal."