[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sábado, 5 de julho de 2014

[0701.] MERCEDES DE OLIVEIRA FERREIRA [I]

* MERCEDES DE OLIVEIRA FERREIRA *
[n. 09/12/1928]
[1958]
[Pormenor de fotografias de família, in João Céu e Silva, Álvaro Cunhal e as mulheres que tomaram partido, Edições ASA, 2006]

Ajudante de costureira, natural de Vila Franca de Xira. 

Filha de Joaquina de Oliveira Ferreira e de Augusto Ferreira, a mais nova das irmãs Ferreira nasceu a 9 de dezembro de 1928 e, tornou-se, tal como as irmãs Sofia de Oliveira Ferreira [1922-2010] e Georgette de Oliveira Ferreira [n. 1925], militante e funcionária do Partido Comunista Português na década de 1940. 

Começou a trabalhar muito nova e, tal como o irmão mais velho e as duas irmãs, não estudou “porque os meus pais trabalhavam no campo e lá não havia onde estudar”, como declarou a João Céu e Silva. 

Em setembro de 1945, com apenas 16 anos, terá passado à clandestinidade ao acompanhar o namorado – António Eusébio Bastos Lopes [08/08/1924-05/11/2007] –, carpinteiro natural de V. Franca de Xira. 

Desenvolveu atividade partidária nas zonas do Porto (1945-1947) e de Lisboa e tinha 20 anos quando foi presa com ele, e o casal Casimira da Conceição Silva [08/09/1917-05/01/2009] e José Augusto da Silva Martins [08/10/1912-1956], na tipografia de Coimbrão (Leiria) durante o assalto perpetuado pela PIDE na madrugada de 9 de abril de 1949. 

Recusou-se a prestar quaisquer declarações, incluindo a identificação, o que lhe valeu ser insultada e agredida, aparecendo na sua ficha policial o nome de Odete Nunes.

Recolheu ao Forte de Caxias. Condenada a 18 meses, ficou detida dois anos e meio, chegando a estar na mesma cela que a irmã Sofia. Foi libertada em outubro de 1951, enquanto o companheiro só saiu em 1955, ao fim de quase sete anos de prisão. 
[1963]
[Pormenor de fotografias de família, in João Céu e Silva, Álvaro Cunhal e as mulheres que tomaram partido, Edições ASA, 2006]

Em 1965, temendo o risco de prisão, Mercedes, o marido e os dois filhos pequenos partiram para o exílio: Argélia; Checoslováquia, onde ficaram três anos e meio, até 1969; e, finalmente, França, onde o irmão já se encontrava emigrado.

Em 1949 e 1950, Sofia, Georgette e Mercedes de Oliveira Ferreira chegaram a estar presas em simultâneo, embora tivessem sido detidas em diferentes pontos do país.

[João Esteves]

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