[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

[0479.] MARIA ISABEL ABOIM INGLEZ [I]

* Maria Isabel Hahenman Saavedra de Aboim Inglez *
[07/01/1902-08/03/1963]




Filha de João Saavedra e de Elisa Augusta Hahenman Saavedra, nasceu em Lisboa a 7 de Janeiro de 1902. 

Em 1938, casada e mãe de 5 filhos, matriculou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, no curso de Ciências Histórico-Filosóficas. 

Nesse mesmo ano, fundou o Colégio Feminino Fernão de Magalhães, que dirigiu até ao seu encerramento pela PIDE, em 1949. 

Concluído o curso, ingressou, em 1943, como assistente, na mesma Faculdade, leccionando as disciplinas de Filosofia Antiga e de Psicologia Geral. 

Foi, no entanto, demitida em 1945, devido às suas ideias e actividades políticas de oposição ao regime de Salazar. 

Igualmente impedida de dar aulas particulares, Maria Isabel montou em casa um atelier de costura, do qual viveu alguns anos.

Em 1953, foi-lhe oferecida a regência de uma cadeira de Filosofia numa universidade brasileira, mas as autoridades salazaristas recusam-lhe o passaporte de saída do país. 

Dedicou-se então, até à data da sua morte, a dar explicações.

Membro do Movimento de Unidade Democrática (MUD), foi nomeada, em Julho de 1946, para a sua 3.ª Comissão Central, em representação das mulheres. 

Participou activamente nas comissões de apoio às candidaturas à presidência da República do general Norton de Matos (1948-1949) e do Prof. Rui Luís Gomes (1951). 

Integrou o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, extinto pelo governo de Salazar em 1947, e destacou-se no movimento pró-amnistia aos presos políticos. 

Presa pela PIDE em 1946 e em 1948. 

Em 1960, foi agredida na prisão política de Caxias, aonde se deslocara para visitar o filho aí preso. 

Aos 61 anos, a 8 de Março de 1963, foi acometida de doença súbita quando se encontrava, em Lisboa, ao volante do seu carro, falecendo quase de imediato.

[Extractos da biografia de Teresa Fonseca organizada para o Dicionário no Feminino (séculos XIX-XX), Livros Horizonte, 2005]

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